segunda-feira, 21 de abril de 2008

Diz-nos o IDT

Sobre a Cannabis: Tendo em conta o elevado número de pessoas que consomem derivados da cannabis, são muito poucas as que procuram ajuda para deixar o consumo, facto que indica o seu escasso poder de dependência.


Sobre os Cogumelos Mágicos:
Não ocasionam dependência física ou psíquica. Alguns consumidores portadores de perturbações mentais podem vir a desencadear crises ou agravar o seu estado de doença.

Sobre o Tabaco:
A nicotina é uma droga muito viciante, como o demonstra a enorme quantidade de indivíduos no mundo que dependem desta substância e a dificuldade em alcançar a abstinência, inclusive para os que já têm graves complicações físicas.

Sobre o Álcool:
Trata-se de uma droga capaz de originar tolerância e um alto grau de dependência, tanto física como psicológica. Muitos alcoólicos apresentam a denominada tolerância negativa: basta uma pequena quantidade de etanol para que fiquem completamente ébrios.

LSD e restantes Alucinogéneos:
Os seus efeitos psíquicos são pouco relevantes pelo que o seu uso contínuo é excepcional. A tolerância desaparece de maneira rápida após vários dias de abstinência. Ao deixar de ser consumida não provoca nenhum sintoma de abstinência. O seu potencial de dependência é portanto muito baixo.

É claro que os efeitos nefastos na saúde de cada um, a imediata perigosidade do consumo da substância, também é um dado relevante. No entanto os efeitos nefastos, o dano provocado na saúde do consumidor, é semelhante em todas as substâncias aqui apresentadas. Será maior no tabaco, álcool e Cannabis, a longo prazo. Ou seja, e segundo o IDT, não há nenhuma razão científica (diferença no gau de perigosidade concreto que cada uma das substâncias representa), que justifique a permissão de umas face às outras. Eu também sei que o factor social, ou seja, a condenação de determinados comportamentos por parte da comunidade, é determinante na feitura de leis. No entanto a Comunidade não condena os consumidores de cannabis. E não me refiro à estudantada. Porque a maior parte da estudantada que fuma cannabis já não estuda. Trabalha. Tem filhos e casa-se e cenas que tais. Tal como os que enquanto estudantada não fumava cannabis, nem reprovava o seu consumo. Transformou-se na maior parte da Comunidade. E mesmo que não consuma Cannabis actualmente, não reprova o seu consumo. Excepto os hipócritas. Refiro Cannabis porque é, das substâncias de posse e comércio ilegal apresentadas, aquela de maior disseminação em Portugal. E parece-me ser um tema relevante. Porque a lei actual de semi autorização do consumo, além de estúpida e hipócrita, potencia o tráfico. Por motivos óbvios já mais do que debatidos no extinto (Saudoso) Chouriço (Foi um Toiro que o matou), que se resumem a : o consumidor de cannabis pode consumir cannabis - para isso tem de obter cannabis - o único modo de obter cannabis é comprar a um traficante - porque se tiver uma planta em casa podem prendê-lo e dizer "quem tem uma planta em casa é traficante". Potenciando o tráfico, esta lei viola os mais básicos princípios do Direito Penal, já que é a própria lei que motiva ao comportamento proibido, punido legalmente. Para não falar das Receita Fiscais sobre a Cannabis. Que seriam surpreendentes, pela positiva. Já que, a maior parte dos consumidores de cannabis não são criminosos. Nem cometem crimes pelo consumo. A não ser o de participar no tráfico. Ora se pudessem obter a cannabis legalmente, sem chatice, sem ter de ir falar com "pessoal", sabendo que havia um produtor que se responsabilizava pela qualidade do produto vendido, podendo escolher o tipo de cannabis que quer, ao invés daquela que há, os consumidores de cannabis fariam-no. Porque não são estúpidos no que concerne à cannabis. Nem criminosos. Só quando participam no tráfico, mas aí a culpa é da lei.

3 comentários:

A Côca disse...

xiii...tanta letra!! E eu li tudo!! Yupiiiiiiii

PedromcdPereira disse...

Quanto à cena tributária traria mais benefícios a legalização da coca ou do cavalo.

Esta luta da legalização da cannabis é bonita porque é quase uma luta de geração. O IDT nesse texto fala de escassa dependência o que é falacioso. Precisaria de um blog para explicar isso convenientemente. Mas é só ler um ou dois livros sobre o assunto.

Quanto à hipocrisia, faz parte do mundo e das leis em geral.Por exemplo, é hipócrita defender a cannabis frente ao tabaco quando o haxe se fuma sempre com sopa. Talvez um dia se legalize tudo responsabilizando o indivíduo pela sua vida...

Vejo todos os dias garotos fodidos da vida por causa da cannabis, que causa uma das piores merdas para garotos que precisam de dar o litro para sair da merda: a apatia e a vontade de fazer nenhum.

Pedro Bala disse...

Parece-me que o confronto tabaco - cannabis é válido, independentemente da mistura de um no outro. É pertinente por causa dos malefícios e grau de viciação. Quanto ao argumento tributário, é óbvio que a coca e o cavalo também trariam receitas bonitas. No entanto o aspecto financeiro é de somenos importância quando comparado com a impressão que determinados comportamentos provocam na Comunidade. Impressão muito distinta a criada pelos "Consumidor tipo" de umas e outras.

A responsabilização do individuo pela sua vida, o meu ideal democrata, nunca existirá, logo, discussão estéril.

Não tive a intenção sequer de insinuar que a cannabis provoca "baixa dependência". É falso. Obviamente falso. No entanto as drogas não são para garotos. Porque sabem bem e fazem mal. E é necessário saber quando se usa e quando se abusa. O THC tem uma estrura parecida com o LSD. É Droga. Não é para garotos. O Argumento da fodidão dos garotos apáticos não serve. Defendo a venda legal de cannabis e alucinogéneos a adultos. Aliás, já se vendem e compram alucinogéneos legalmente em Portugal. A questão continua a não ser a Perigosidade concreta de uma determinada substância, mas sim relação de perigo entre umas e outras + Sentimento da Comunidade de modo a fundamentar a proibição de umas face a outras.