Segundo o comandante distrital da GNR de Castelo Branco, Hélder Almeida, nas 315 viaturas alvo de buscas e na fiscalizaçãoa600pessoas foram apreendidas 459 doses de haxixe, 359 de cocaína, 17 de heroína, três de canábis, 49 de MDMA (droga sintética), 704 doses de anfetaminas e três de LSD. A GNR recuperou ainda 2865 euros que se suspeita sejam resultantes da venda de droga, uma balança de precisão e duas viaturas ligeiras. Foi ainda apreendida uma pistola de calibre 7.65, dois carregadores e 20 munições, mas tudo indica que o armamento não estaria relacionado com o festival.
Primeiro o óbvio: Apreender droga nos arredores dos Festivais, ainda para mais do Boom, não é trabalho, é malandrice. Depois, é algo que não tem interesse. No entanto o que me impressiona é a quantidade de buscas feitas a veículos. Os indíviduos, se suspeitos de tráfico de droga, podem ser revistados pelas autoridades policiais. Se se recusarem são dirigidos à esquadra/posto territorial onde lhes é apresentado o mandato judicial para que se efectue tal revista. Os veículos é só se os proprietários deixarem ou se houver mandato judicial. No entanto a GNR, nesta fiscalização, passou busca a mais de 300 carros. E as pessoas deixam porquê? Não sei, não entendo. Parece-me ainda assim, que é abusivo, já que é fácil perceber que o motivo de suspeição é apenas o facto de os suspeito irem, ou estarem nas imediações, ao Boom. Como aconteceu no Sudoeste. Ou seja, os fiscalizados serão na sua esmagadora maioria consumidores. Como se observa pela ratio Identificações/Detenções. Que são identificados, apesar de não estarem a cometer qualquer crime. Porquê? Porque sim. Porque aparece na TV e dá a sensação que a polícia está a fazer alguma coisa de relevante. Mas não está. Não está porque nos festivais é assim. Quem vai aos festivais está preparado para lidar com milhares de consumidores das mais diversas drogas. Os não consumidores. Não existe o problema de os traficantes irem para lá "impingir" (nunca soube de um traficante que desse droga) droga aos fracos de espírito, de irem desviar pessoas rectas para as sinuosas vias da toxicodependência. Porque quem está nos festivais, se não consome, há muito aprendeu a não se deixar influenciar por comportamentos desviantes. E depois é mais fácil apanhar droga na estrada, carro a carro, do que através de investigação policial, em especial nos bairros de onde ela sai. Trafica-se mais droga, com o devido respeito e estes são dados relatados pela imprensa regional e nacional, diariamente no Bairro da Rosa e no Ingote (Coimbra), do que nos festivais. E com efeitos mais perniciosos (os sociais derivados da toxicodependência, por norma relacionados com a pequena criminalidade), já que não me parece que os festivaleiros consumidores obtenham o dinheiro necessário para a droga através de furtos e roubos, ao contrário do que acontece com os consumidores regulares que adquirem tais substâncias nas zonas mais do que referenciadas pela polícia. Quero só referir que morei, durante anos, em frente a um traficante de droga. Daqueles fodidos, com pistola. Apesar de ter sido denunciado por diversas pessoas, nunca a polícia lá foi nem nunca o deteve. E estamos a falar de um gajo que saía de casa à tarde, com a droga na mão, e a distribuía na rua, em frente aos vizinhos, pelos consumidores, a pé e de carro, que o esperavam. A polícia sabia onde ele morava, onde fazia as vendas e qual o seu Modus Operandi. Ainda assim nunca fez nada. Já para prender a malta que a quer fritar durante as férias, aí estão eles. É deixá-los, coitados.
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