quinta-feira, 17 de março de 2011

Reflexão desinteressada

O único partido que não tem nada a perder nas próximas eleições é o PCP. Ou CDU vá. Todos os outros têm mais a perder do que a ganhar. O PS e o PSD perdem mesmo que ganhem, a não ser que o façam com maioria absoluta. O eleitorado do CDS e do BE é demasiado "mobilizável" pelo PSD e PS respectivamente, o que no apelo ao "voto útil" rouba cadeiras na AR aos primeiros. Ou seja, a única hipótese destes dois é a coligação, com um dos grandes - o que o futebol já provou ser má ideia-, o que significa imediatamente abdicar dos princípios, dos ideais e das promessas eleitorais. O PCP tem uma base eleitoral, que embora curta, é sólida. Tem os mesmos lugares garantidos, logo não precisa de favores alheios. Ou pelo menos não precisa tanto deles. Ora quanto menos favores recebemos para chegar ao poder, menos temos de pagar quando lá chegarmos. O óbvio: bom, bom, bom, era a criação de movimentos cívicos apartidários que pudessem concorrer nas legislativas. Ou no mínimo que tivessem o poder de virar eleições num determinado sentido. Criar algo como o lobby das pessoas, das populações, do povo, é escolherem o nome. Há os dos construtores, do futebol, da justiça, dos boys, das girls, da justiça, das farmaceuticas, etc. Era fixe haver o lobby que representasse o interesse colectivo. Devia ser o Estado, eu sei, mas o poder Executivo do Estado pertence ao Governo. O Governo é um partido. Que tem uma estrutura a ser recompensada aquando da chegada ao Poder. Os Partidos para serem eleitos têm de pedir favores. No Poder têm de pagar os favores, ergo, representam e defendem os interesses de quem os ajudou a chegar ao poleiro. E o pior. Mais importante que chegar ao Poder, é manter o Poder. São ainda favores maiores, retribuídos regiamente ao longo dos mandatos. Mas aos lobbies. Não aos eleitores.
Na falta disso, do tal lobby das pessoas, e recusando a escolha do menos mau, parece-me, nesta altura, que os únicos votos com interesse para a causa, nas próxima legislativas, serão os que escolherem PCP/CDU. Se fosse hoje era em quem votava. A ver se mudo de ideias.

4 comentários:

PedromcdPereira disse...

AHahah.Fintas bem, mas não marcas golo.

Pedro Bala disse...

Estamos cá para entreter. Já agora, onde é que falho o golo?

PedromcdPereira disse...

Em 90 minutos chegaste a mandar bolas para fora do estádio.
Ter um partido com uma base sólida é mau. Dás como vantagem um partido ter uma base acéfala, que não quer saber de nada a não ser de...Poder.
O PSD e o PS, têm favores a pagar a gajos que estão a fazer pela vida na política mas não só. O PCP teria, além dos escravos que vão montar tendas no Avante, favores a pagar a gajos que estão debaixo de terra cheios de bicho, que por sua vez puseram milhões debaixo de terra.
Ter uma base de apoio desejosa de recompensa é sempre melhor do que uma base de apoio a pedir sangue.
A história explica desde as guerras liberais, que os radicais têm tantas clientelas como os situacionistas.Basta pensar nos problemas que o Palmela teve em lidar com os Setembristas e outros que tais, ou Antóno d'Almeida com os Carbonários.
Achas mesmo que os 10% de pessoas que votam PC não esperam algo se o partido "abnegadamente" apoiado durante anos, chegar a algum poder? Achas que o abjecto Comité Central não controla uma rede de amofinados à espera do sol a brilhar? Ao poste.
Todos os partidos são feitos de pessoas e o PC, bem sei que não parece,também.

Mal menor? Abstenção, nulo, branco, partido sem ideologia responsável por homicídios em massa. (por ordem de escolha pessoal)

Pedro Bala disse...

Limito-me a relacionar o que são as "promessas eleitorais" face ao que é possível cumprir. O que digo, e repito alegremente, é que o eleitor que escolha o PCP, se o PCP chegar ao poder, terá maiores possibilidades de ver concretizadas as medidas que o levaram a votar no PCP do que o eleitor de qualquer outro partido nas mesmas condições.