terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Olha a discussão

A discussão é que está tudo ligado. Qualquer tipo de economia, socialista, de mercado, mista, depende do seu oposto. O polícia precisa do criminoso, o médico do doente, e o padeiro do pessoal que come pão. O que se sabe, e a história demonstrou-o, é que há determinadas actividades económicas que, mesmo em alturas de crise generalizada, continuam a ter sucesso e a render muito. Por exemplo, determinadas áreas do ShowBiz ou that thing of theirs. Por razões económicas que se transformaram mais ou menos artificialmente em razões sociais ou eventualmente de saúde pública, o Estado deixou de taxar determinadas actividades económicas, proibindo-as. A história conta-nos como foi eu escuso de estar a falar disso. A discussão aqui dá o salto. Para saber se há vencedores e vencidos. Não há. As economias de matriz capitalista evoluíram e melhoraram de facto a vida dos seus habitantes. A mim, no entanto, parece-me que mais importante do tipo de economia que permitiu tal melhoria generalizada das condições de vida, está a democracia. Acredito piamente que é o processo democrático, com todas as suas deficiências, que permite o tal crescimento que além de económico é verificável pela factual melhoria das condições de vida dos seus habitantes. Outro salto. Nas economias socialistas, não me parece que a questão fosse apenas a económica. Era essencialmente a falta de democracia. Porque a democracia dá-nos, pelo menos, a sensação que somos relevantes para as escolhas do país. E essa ilusão é boa. Sentimos que importamos. A discussão, ou a questão se quiserem, é saber se podemos aliar democracia a economia socialista. Sem ser em tempo de crise com o Estado a comprar Bancos. A questão é saber se deve o Estado, governado pelos eleitos, ter a propriedade dos meios de produção. De todos, dos essenciais, de alguns. É isso. Nunca vamos descobrir, mas era fixe.

1 comentário:

PedromcdPereira disse...

A democracia é o cerne. Mas só o capitalismo lida de forma justa com ela. O socialismo impõe modos de vida para que ninguém morra à fome. Impôr não é democrático. O capitalismo dá-te escolha. Se queres ser rico dás o litro que nem um escravo (ou furas o sistema mas aqui o socilismo é a mesma merda. Podemos assumir que a classe criminal existe sempre, não interessa o quê) e sobes o patamar social. Se queres ser mais ou menos, estudas um bocadinho, trabalhas mais um pouco e podes comprar uma ps3. Se te estás a cagar para o sistema, vais para a rua partir vidros, levas umas cacetadas e pronto.

No entanto, acredito que há um nicho enorme para investimento de capital privado na área social que pode permitir uma renovação aceleração da evolução das liberais sociedades ocidentais.